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Mars To Travel

quarentena: semana 4

Quando isto começou, não imaginei que chegaria ao 32º dia de quarentena, sem saber quando ia regressar à vida dita normal.

Muito menos imaginei – alguma vez, e em toda a vida – que completaria os meus 31 anos, no 31º dia de uma quarentena. 

Ou sequer que seria contemporânea de algo deste género. 

Esta quarta semana foi, de facto, leve, com alguns momentos de maior fraqueza. Esta leveza vem, tenho convicção, do facto de estar mais consciente de que estou à mercê da situação. O que acabou por permitir que tenha vivido um dia de cada vez. 

Atravessamos a semana da Páscoa, sem que fosse possível cumprir as tradições que a ela dizem respeito, sem ser possível estar com a minha família. 

Custou, custou sentir as vozes a tremer nos telefonemas que foram feitos nesses dias, custou ver o quão a minha querida avó vive no medo que não nos voltemos a encontrar. No quão baralhada e cansada está. (e tanto que me custa admitir isto a mim própria, tanto que me custa ver quanto sofre. E, eu, que só tinha vontade de chorar com ela. Mas as minhas armaduras não deixaram, pelo menos até que desligasse a chamada.)

Mas, felizmente, com o Whatsapp e a facilidade de nos vermos a todos uns aos outros ainda que em distância, toda a situação fica mais fácil de levar. 

Previamente, partilhamos receitas e durante o fim de semana não perdemos tempo no momento de partilhar o resultado final com os que nos são queridos. 

E, assim se  tentou apaziguar. 

O fim de semana foi longo, no Domingo a tarde já estávamos perdidos no que fazer, os jogos de tabuleiros ou os livros que andamos a ler já não estavam a ser suficientes, mas no final sobrevivemos. 

Cheguei aos 31 anos na terça-feira, se a Páscoa passou com a sua relativa ‘’calma’’ o aniversário foi mais difícil. 

Começa logo com o facto de eu gostar muito de planear ter os que me são queridos por perto. Nada me dá mais gozo do que proporcionar encontros com e para os meus amigos. Adoro cozinhar em casa para eles, e fazendo anos numa terça-feira, seria o destino mais certo para este dia. Mas não foi. 

Nem para isso nem para mais nada, pensei eu. 

A meia noite de dia 14, havia uma garrafa de champagne e um bolo feito pelo homem da minha vida. 

Comecei o dia com uma chamada do meu pai, às 9h da manhã. E as outras não tardaram, algumas até de longe, tipo Austrália, Londres ou Paris <3

Tinha mensagens fofinhas, tanto no telemóvel como fotos embaraçosas e amorosas nas redes sociais. 

Mas apesar da excitação óbvia (para mim, claro) de completar mais um aniversário, estava um bocado chateada com isto tudo. 

Comecei a estranhar, quando após o almoço, uma amiga me apareceu com um cartaz à janela, onde se lia ‘’ Parabéns Mónica, depois do Covid ainda queres ser minha amiga?!’’. Nem três minutos depois tinha outro grande amigo, a chegar. 

Era óbvio, que o meu marido lindo tinha movimentado as pessoas até à nossa rua, para comerem bolo, e beber uma cerveja ou um shot de tequila conosco (sim, somos um pouco arruaceiros, se é nisso em que o leitor está a pensar). 

Durante a tarde tive mais duas visitas muito especiais, com direito a presentes e tudo. 

E ao final do dia, foi o momento de ter até uma serenata à janela (na verdade duas, em menos de uma hora) com ajuda dos vizinhos e de quem na rua passava. 

Apareceram mais uns quantos, respeitando as normas de segurança inerentes à situação actual. Passaram, comeram bolo, desejaram-me o melhor do Mundo e voltaram para as suas casas. 

E que feliz que fui naquelas horas. Foi o bastante para me esquecer de tudo. 

Tenho os melhores do Mundo, a começar pelo meu liefde <3

Hoje, recebi cartas da minha sobrinha de 4 anos. Tive tudo. 

Mais uma vez, tenho os melhores do Mundo que não deixaram que este dia fosse apenas mais um dia normal em quarentena, não deixaram que este dia fosse triste, muito pelo contrário. 

Não me alongo mais. Mas antes de embarcar na quinta semana, quero partilhar aqui, para memória futura, voltei a ler. 

Estava perdida e sem vontade de o fazer, mas lembrei-me que um dos líderes de viagem da Nomad que sigo, o Jorge Vassallo – Blog Fui dar uma Volta, tinha um livro. 

Comprei directamente com ele, e estou a lê-lo agora. Está a ser delicioso!

Faz parte de uma trilogia, e fala de uma viagem que o Jorge fez na Índia, percorrendo grande parte da costa indiana numa vespa ( Não, não era uma vespa a sério 😉 ). 

E estou a amar. 

Esta semana a playlist teve por base o novo álbum do Dino Santiago, e gostei do resultado final.

Fiquem a salvo!

Até para a semana, 

Mars.

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