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Mata Nacional do Bussaco, Portugal
Se o plano A para esta altura do ano eram 6 semanas entre o Vietnam e o Cambodja, o plano B eram duas semanas no Brazil. Acabar por ter uma semana de ferias no interior de Portugal – que é tão rico – foi quase como regressar as origens. Valorizando os recantos do nosso Portugal, por vezes esquecido entre as ambições e os desejos de ”voar mais alto”.
Certo é que conheci uma das matas mais bonitas do nosso Portugal, a Mata Nacional do Bussaco.
Pertinho de Coimbra, num dia de Outono cheio de Sol, fomos até esta Mata, pertinho da vila do Luso, que tão conhecida é pelas suas termas.
A entrada na Mata pode ser feita de carro, pelo valor de 5€ (a pé é gratuito). Nós fomos de carro até ao esplendor que é o palácio do Bussaco. Outrora este Palácio foi construido por ordem de D. Carlos I, é agora utilizado como Hotel.
Tanto a sua fachada como a sua envolvente são incrivelmente romantizadas e encantadoras.
Depois de explorar os jardins que envolvem o palácio, fizemos um dos caminhos pedestres sinalizados para exploração da Mata. Nós fizemos o Trilho Floresta Relíquia mas deixo abaixo todas as opções, caso planeiem visitar e caminhar pelo Bussaco.
Trilho da Água
A Mata do Bussaco encontra-se inserida no extremo noroeste da Serra do Bussaco, local de relevo proeminente e precipitação abundante. Num contexto litológico favorável, permite abundante água subterrânea e superficial, propiciando uma floresta exuberante. Entre os séculos XVII e XIX, os pontos de água (nascentes) e linhas de água que se encontram na Mata do Bussaco, comportaram várias intervenções, nomeadamente a construção de lagos e fontes, entre as quais a mais célebre, a Fonte Fria. As duas linhas de água predominantes da Mata do Bussaco unem-se na Fonte Fria, originando uma linha de água que percorre o Vale dos Fetos, nome que deriva de um conjunto de fetos de porte arbóreo, dispostos ao longo do vale.
| Duração aproximada: 2h | Grau de dificuldade: médio
Ponto de partida e de chegada: Posto de Informação | Pontos de interesse: Vale dos Fetos, Fonte Fria, Fonte do Carregal, Fonte de Santa Teresa, Fonte de Santo Elias, Fonte de S. Silvestre, Samaritana e Cascata.
*Trilho com o apoio da Fundação Luso
Trilho Floresta Relíquia
A Floresta Relíquia da Mata Nacional do Bussaco localiza-se no extremo sudoeste, na zona mais elevada, declivosa e pedregosa, tendo por isso escapado às sucessivas plantações de espécies arbóreas exóticas. Ocupa cerca de 15% da mata e conserva as características de uma floresta primitiva que existiria, antes da ocupação humana, nas montanhas do centro de Portugal, formando um bosque único de copado denso, por vezes quase puro, com elevada relevância ecológica, quer pela raridade e singularidade a nível nacional, quer pela biodiversidade que alberga, desafiando toda a imaginação. Predominam o aderno (Phillyrea latifolia), o medronheiro (Arbutus unedo), loureiro (Lauros nobílis) azevinho (Ilex aquifolium) o sobreiro (Quercus suber) e o pinheiro manso (Pinus pinea).
|Duração aproximada: 2h | Grau de dificuldade: médio
Ponto de partida e de chegada: Posto de Informação
Trilho Militar
A Batalha do Bussaco, integrada na última das três invasões napoleónicas a Portugal (Julho de 1810 a abril de 1811), pôs em confronto os exércitos francês e anglo-luso, cujas consequências lhe conferem a maior relevância, não só pelo que ela significa nos termos mais objetivos – derrota das brigadas do Marechal André Masséna – mas, sobretudo, pelo que representou na preparação do confronto seguinte e o enfraquecimento definitivo do invasor nas Linhas de Torres Vedras. Foi uma batalha sangrenta que retardou a chegada do exército francês a Lisboa garantindo, assim, mais tempo no reforço das Linhas defensivas de Torres Vedras. Com um resultado de cerca de 5000 baixas para os invasores e cerca de 1300 baixas para os aliados anglo-lusos, a Batalha do Bussaco passaria a significar, na História da nação portuguesa, um exemplo fulcral de táctica defensiva em contexto militar.
| Duração aproximada: 3h | Grau de dificuldade: Fácil | Ponto de partida e de chegada: Convento
Pontos de interesse: Convento de Santa Cruz do Bussaco, Porta de Sula, Moinho de Sula, Obelisco e Museu Militar.
Trilho Via-Sacra
A partir de 1644, sob a égide de D. Manuel Saldanha, Reitor da Universidade de Coimbra, ergueu-se, à imagem de Jerusalém, uma Via Crucis de fortíssimos contornos ideológicos, destinada a representar os Passos da Paixão de Jesus Cristo. Inicialmente assinalados por uma cruz de pau-brasil, foram substituídas (1694-1695) por capelas mandadas construir pelo Bispo de Coimbra D. João de Melo. Adquirem especial relevância as estações do Pretório e do Calvário que remata o percurso da Via Sacra.
Assumindo-se como a representação do Monte Carmelo na Palestina (foco originário da Ordem dos Carmelitas), o Sacromonte reivindica quer a herança do Profeta Elias como primeiro eremita quer um protagonismo espiritual que encontra na articulação ao programa definido dentro da cerca conventual a sua mais elevada expressão.
| Duração aproximada: 3h | Grau de dificuldade: Média | Ponto de partida e de chegada: Convento
Pontos de interesse: Capelas dos Passos da Prisão e da Paixão de Cristo (especialmente Pretório e Calvário).|
Nota: Aconselha-se roupa e calçado adequado